O regulador de valores mobiliários do Brasil ordenou que a maior exchange de criptomoedas da América Latina, o Mercado Bitcoin, forneça informações sobre os tokens digitais que emitiu.
O Mercado Bitcoin, a maior bolsa de criptomoedas da região em volume, precisa fornecer informações à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) do Brasil sobre os tokens de renda fixa que vendeu nos últimos dois anos, informou o jornal Estadão na terça-feira.
A exchange também precisa revelar o valor arrecadado com os tokens e a lista de investidores que os compraram, acrescentou o relatório.
O relatório do Estadão não nomeou os tokens, mas confirmou que eles foram emitidos em uma blockchain e supostamente apoiados por ativos do mundo real. Acrescentou que eram “baixo risco e alto rendimento” em “consórcio, energia, precatórios e recebíveis”.
O Mercado Bitcoin disse ao Decrypt em um e-mail que suas vendas de tokens fizeram tudo dentro da estrutura regulatória do Brasil.
Acrescentou que trabalha “ativamente” com a CVM e o Banco Central do Brasil para “contribuir para a construção de regulamentações para o setor”.
“Não fazemos ofertas públicas de valores mobiliários fora do âmbito das autorizações que detemos como plataforma de crowdfunding autorizada e gestora de investimentos”, refere o comunicado.
O 2TM Group, empresa controladora do Mercado Bitcoin, reduziu a equipe após a venda do mercado de criptomoedas.
No início deste mês, a 2TM cortou 15% de sua equipe – apenas dois meses depois de anunciar uma rodada anterior de cortes de empregos.
A 2TM também criticou os reguladores brasileiros por não serem claros na regulamentação de criptomoedas. A empresa disse em comunicado este mês que o ambiente no Brasil era “injusto” e “falta de aprovação do marco legal para atividades de criptomoedas”.