A lei para regulamentar o bitcoin na Colômbia dá “clareza”, mas “fica aquém”

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Principais fatos: Mauricio Tovar e Camilo Suárez têm uma opinião diferente sobre a segurança que a lei traria. Resta o projeto ser discutido e aprovado no Senado, e depois promulgado por Gustavo Petro.

A aprovação de um projeto de lei que busca regulamentar as operações de bitcoin (BTC) e exchanges de criptomoedas na Colômbia movimentou as bases do país cafeeiro. As opiniões variam em relação a esta proposta legislativa, que ainda tem um longo caminho a percorrer antes de ser concluída.

A segurança do usuário, ponto chave do projeto de lei, é o tema mais debatido. Por um lado, defende-se que oferecerá mais segurança aos utilizadores, que se traduzirá em confiança e segurança para quem investe seu dinheiro nas plataformas regidas por esta legislação.

Mas outra visão contrasta e antes adverte que este projeto fará isso mais fácil para mais empresas sem capital suficiente se registrarem na Colômbia, o que pode ser considerado uma ameaça contra a segurança dos fundos dos clientes, caso haja um declaração de falência.

O projeto de lei foi aprovado na semana passada em segunda discussão na Câmara dos Deputados casa do Congresso colombiano . Foi um marco para o país sul-americano, tendo em vista que o regulamento foi resgatado dos autos e reenviado por um deputado adepto das criptomoedas. O regulamento possui 6 pontos-chave, entre os quais limitações, proibições e destacam-se algumas concessões para empresas ligadas ao bitcoin que queiram operar dentro da lei, caso o projeto evolua e vire lei da República. Conhecer a visão da comunidade colombiana sobre este projeto de lei, a CriptoNoticias entrou em contato com alguns líderes da indústria de criptomoedas no país cafeeiro.

A Câmara dos Deputados da Colômbia aprovou em segunda discussão o projeto de lei que regulamenta as trocas de bitcoins na semana passada. Fonte: Câmara dos Deputados. Este é o empresário colombiano, CEO da corretora Tropykus Finance, Mauricio Tovar; e Camilo Suárez, que é o presidente da AsoBlockchain Colombia.

Um projeto colombiano “user-friendly”

Na opinião de Tovar, Bill No. de 2022, referindo-se à regulamentação de empresas intermediárias para a negociação de criptoativos, é “positivo para o usuário” uma vez que para o efeito “propõe condições às bolsas que estas devem cumprir”. “(O projeto) busca garantir a transparência e que, por meio do conhecimento público dos cidadãos, se saiba quais bolsas atendem aos requisitos exigidos”, disse Tovar. Acrescentou que esta proposta legislativa “envia um sinal claro ao mercado”. O projeto regulamenta um serviço que já se sabe bem como funciona, que opera na Colômbia há muitos anos. E, do meu ponto de vista, não é colocar grandes barreiras à entrada de novos jogadores. Pelo contrário, seria de esperar que novos players fossem encorajados a entrar dada a clareza regulatória. Mauricio Tovar, CEO da Tropykus .

Tovar sustentou que a “clareza regulatória” que poderia ser gerada pela chegada da regulamentação na Colômbia permitiria a entrada de investimentos institucionais , “de uma forma muito forte”, uma vez que os investidores terão mais confiança.

“O projeto impõe requisitos mínimos para proteger os usuários, não impõe uma barreira para novos jogadores”, insistiu. A seguir indicou que, embora “algumas coisas possam ser melhoradas” da iniciativa legislativa, “penso que no seu espírito e na forma como é levantada, procura o benefício em geral da cidadania”. O projeto de lei “fica aquém” na proteção dos usuários

A visão de Tovar, com efeito, discorda de Camilo Suárez. O diretor da associação que promove a educação e adoção do mercado de criptoativos na Colômbia afirma que esta proposta de regulamentação “fica aquém” quando se trata de proteger os consumidores. Suárez explicou em uma conversa telefônica com isso significa que na Colômbia são necessários aproximadamente 22 dólares e meio dia de espera para registrar legalmente uma empresa. A seu ver, este simples fato não garante segurança aos usuários colombianos. Vale esclarecer que o registro formal e comercial de empresas perante as diferentes câmaras de comércio da Colômbia faz parte dos requisitos que impõe o projeto de lei a todas as empresas vinculadas ao bitcoin que desejam entrar no mercado colombiano.

Edifício da Câmara de Comércio de Bogotá, onde serão realizadas as bolsas poderá se registrar se o projeto de lei for aprovado na Colômbia Fonte: Wikipedia. E embora seja verdade que Suárez se ressente que o registro de empresas poderia dar alguma sensação de segurança entre os usuários colombianos. Lembre-se que existe a figura da Sociedade por Ações Simplificada (SAS). Isso nada mais é do que uma empresa que não garante a segurança dos fundos dos usuários em caso a referida empresa registrada tenha que ser declarada falida, de acordo com o empregador. Ocorre que se uma empresa qualificada como SAS for falida, ela só pode responder aos usuários afetados com “até o máximo de seu patrimônio”, segundo Suárez. Isso, em detrimento das pessoas que investiram dinheiro naquela entidade. Não há garantia para o consumidor e usuário de criptomoedas. O tipo de empresa escolhido pelas empresas na Colômbia normalmente é o SAS, que responde ao máximo com seus ativos. Já o anônimo responde com o patrimônio líquido. O SAS não garante a segurança dos fundos das pessoas em caso de falência . Camilo Suárez, presidente da AsoBlockhain.

Camilo Suárez também adverte que “todas as empresas” que se registrarem na Colômbia, sob o projeto de lei, o farão sob a figura do SAS. Isso, sugeriu ele, pode ser arriscado para as pessoas que decidem investir dinheiro em uma dessas empresas. Próximo desafio: Senado

Suárez indicou ao CriptoNoticias que da AsoBlockchain eles têm 790724290 propôs alterações ao projeto de lei que regula as operações das bolsas de bitcoin na Colômbia.

Disse que os apresentarão ao Senado daquele país, onde terão que ser discutidos mais algumas vezes para sua aprovação. Finalmente, a proposta será enviada à Casa de Nariño, para que o presidente Gustavo Petro a assine e a promulgue como Lei da República.

Segundo Mauricio Tovar, da Tropykus Finance, o fato do projeto ter sido aprovado por unanimidade na Câmara dos Deputados é um “bom sinal” para sua próxima discussão no Senado.

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Ainda não há data marcada para a discussão da proposta na Câmara de Registro da Congresso Colombiano. No entanto, o clima que paira no Poder Legislativo “é positivo”, como sugere Tovar, que insiste que esse projeto “beneficia a todos na sociedade”. A Câmara Alta do Congresso da Colômbia é o novo desafio que o projeto de lei que regulamenta as trocas deve superar. Fonte: Senado. Enquanto ocorre o processo legislativo na Colômbia, existe uma realidade adotiva no café -país em crescimento. De acordo com a empresa de análise de blockchain Chainalysis, esta nação detém o 22° posição em seu ranking de adoção global. Além disso, há uma presença cada vez maior do ecossistema de Bitcoin em terras colombianas. Não se limita apenas a lojas e instalações que aceitam criptomoedas. Já existe toda uma comunidade em crescimento, que clama por clareza para operar.

O projeto de lei que regulamenta as trocas parece apontar para esse objetivo. Mas será visto. “Em seu espírito e como é proposto, a proposta legislativa busca o benefício geral dos cidadãos colombianos”, concluiu Tovar. 2020Publicidade

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